quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ASSEMBLAGE E BIODIVERSIDADE



(fotos ilustrativas)

(Texto extraído do Projeto Arte e Biodiversidade - Artista Plástica Walda Pessoa)


O termo assemblage é incorporado às artes em 1953, cunhado por Jean Dubuffet (1901 - 1985) para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das colagens". O princípio que orienta a feitura de assemblages é a "estética da acumulação": todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa romper definitivamente as fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, sobretudo pelo ready-made de Marcel Duchamp (1887 - 1968) e pelas obras Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887 - 1948). A idéia forte que ancora as assemblages diz respeito à concepção de que os objetos díspares reunidos na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o sentido original. Menos que síntese, trata-se de justaposição de elementos, em que é possível identificar cada peça no interior do conjunto mais amplo. A referência de Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de articulação de materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que se incorpora à arte do século XX com o cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e Georges Braque (1882 - 1963). Ao abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas limitações da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, o que pode dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Em 1961, a exposição The art of Assemblage, realizada no Museum of Modern Art - MoMA de Nova York, reúne não apenas obras de Dubuffet, mas também as combine paintings de Robert Rauschenberg (1925 - 2008) e a junk sculpture, e isso leva a pensar que a assemblage como procedimento passe a ser utilizada nas décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados Unidos, por artistas muito diferentes entre si.

PROPOSTA DE ATIVIDADE

Iniciar com uma conversa informal sobre o assunto a ser abordado, para analisar o interesse e o conhecimento prévio que o aluno tem, no caso, Assemblage. Mostrar algumas obras pesquisadas. Explanar sobre a vida do artista e materiais utilizados; fazer análise e reflexão sobre a obra. Para a produção do trabalho (individual ou coletivo) sugerir a utilização de materiais da biodiversidade, como folhas secas, gravetos, sementes, pedras, conchinhas,etc, além de sobras como tecidos, papéis e outros.
No decorrer do trabalho, buscando sintonia com a Abordagem Triangular de ensino de artes da contemporaneidade, com uso do material natural traz a análise e reflexão que transcende as possibilidades da natureza e a transforma em arte. Assim, a criatividade e sintonia com a natureza adquire formas, cores, rítmos que se harmonizam no contexto.

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